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  • Mar

    26

    2020

Mercado de Flores: Campanha O Poder das Flores

Assim como o mercado em geral, a floricultura brasileira também está sentindo os reflexos do coronavírus

Não é de se estranhar e nem inesperado que, em uma situação grave como esta, quando as pessoas são obrigadas a mudar rapidamente a sua rotina, quando as atividades são paralisadas e os eventos cancelados, que o mercado floricultor também sofresse uma queda brusca nas vendas.

Esta semana, a Cooperativa Veiling Holambra, um dos mais importantes centros comerciais de flores e plantas ornamentais do país, que abriga mais de 400 produtores, teve em seus pátios os sinais da queda brusca do mercado por meio da sobra das flores e plantas não comercializadas no leilão.

O maior motivo da desaceleração do mercado foi a obrigatoriedade governamental do cancelamento de todos os eventos que provocassem a aglomeração de pessoas: formaturas, casamentos, aniversários, simpósios, seminários e até cursos. Tudo foi fechado. Até os salões de festas dos condomínios residenciais.

Um cenário que impactou diretamente em seu pregão diário, registrando esta semana sobras de até 40%, o que fez com que a Cooperativa Veiling suspendesse temporariamente seu leilão diário.

Para tentar reduzir as perdas para os produtores, considerando as incertezas quanto à pandemia, o Ibraflor – Instituto Brasileiro de Floricultura – se uniu às duas principais cooperativas nacionais, a Veiling e a Cooperflora, ambas de Holambra, interior de São Paulo, para formar um comitê de crise a fim de monitorar os impactos causados pelo covid-19.

O comitê fará reuniões constantes para análise do mercado e tomada de decisões. Além das medidas emergenciais com relação à prevenção ao vírus frente ao contingente de colaboradores e profissionais envolvidos - sócios, clientes e diversos profissionais ligados ao dia a dia das cooperativas - o grupo solicitou algumas providências paliativas junto a Secretaria da Agricultura e demais órgãos ligados ao setor, para conter esta crescente onda de insegurança que se instaurou no segmento nestas últimas semanas.

O comitê traçou também ações estratégicas para refrear os impactos no mercado consumidor de flores e plantas e estimular o consumo individual.

Uma campanha, iniciada na terça-feira (17/03) nas redes sociais e que será ampliada para outras formas de mídia, visa informar os consumidores sobre “O poder da flor e das plantas”, destacando como elas promovem o bem-estar, celebram a vida, resultam em sorridos e geram emoções.

“Nesse momento no qual estamos recebendo tantas notícias tristes, queremos mostrar para as pessoas que é importante trazer a natureza, por meio das flores e plantas, para suas vidas. Elas nos ajudam a manter o equilíbrio e a combater o estresse, além de umidificar o ar de nossas residências. Vamos incentivar as pessoas a usarem desse poder das plantas, que são um verdadeiro alimento para a alma”, diz Thamara D’Angieri, gerente de Marketing e Comunicação da Cooperativa Veiling Holambra.

Além de incentivar o consumo individual, a Cooperativa Veiling vem analisando a viabilidade da aplicação de uma série de medidas para equilibrar o mercado.

Uma das principais datas para o setor, o Dia das Mães, será afetada drasticamente, causando danos irreparáveis para o produtor e todo o segmento, afetando direta ou indiretamente diversos profissionais e empresas de todos os elos da cadeia comercial e produtiva.  

“Todos os setores serão afetados com a pandemia do coronavírus. Nossa missão, hoje, é contribuir para aliar os transtornos que essa doença está provocando na vida das pessoas e reduzir, ao máximo, as perdas.”, comenta André van Kruijssen, diretor executivo da Veiling. “Não há, ainda, como saber a reação do mercado nos próximos meses. Tudo dependerá do avanço ou do controle da doença”. Analisa o CEO.

Para se ter uma ideia da grandeza do mercado floricultor do país, de acordo com o Ibraflor, o Brasil tem cerca de 8.300 produtores, 60 centrais de atacado (como as cooperativas, por exemplo), 680 atacadistas e prestadores de serviço e mais de 20 mil pontos de varejo. São cerca de 15.600 ha de área cultivada, o que coloca o país no oitavo lugar entre os maiores produtores de plantas ornamentais do mundo. Apenas em 2019 foram criados 209 mil postos de trabalho no setor, sendo que 54% dessas vagas são no varejo, 39% na produção, 4% no atacado e 3% em outras funções. “O segmento floricultor emprega milhares de pessoas e diversas famílias têm nele seu sustento. É hora de pensar em atitudes que nos permitam dar confiança e esperança a estes milhares de pessoas”, pondera Thamara.